Mioma uterino: diagnóstico, sintomas e tratamento
- Dr. Marcos José Pires
- 17 de jun. de 2019
- 3 min de leitura
O mioma uterino é o tumor mais prevalente entre as mulheres, estima-se que 30 a 40% delas venham apresentar, em algum momento da vida, essa patologia.

Mioma quer dizer tumor de tecido muscular e pode ocorrer em outros lugares.
Em torno de 50% dos miomas apresentam algum sintoma, que pode requerer um tratamento específico. Um terço das indicações das histerectomias (retirada do útero) é devido aos miomas.
Os sintomas mais freqüentes são:
• Sangramentos uterinos anormais, principalmente aumentados durante o período menstrual
• Dismenorréia (cólica menstrual)
• Dor ou sensação de pressão pélvica
• Aumento do volume abdominal
• Sintomas urinários, gastrointestinais
• Infertilidade ou abortamento habitual.
Tudo isso depende do tamanho e localização dos miomas. Como há uma dependência hormonal para seu crescimento, no período de gestação os miomas tendem a apresentar um crescimento e no período menopausal uma diminuição.
O Diagnóstico é feito inicialmente através da história clínica e exame ginecológico, depois o Ultra-som e a Tomografia. O Diagnóstico definitivo é feito através do estudo anátomo-patológico e o principal diagnóstico diferencial é com o leiomiosarcoma, um tumor maligno muito raro que aparece em 0,2 a 0,7% dos casos.
Como em torno de 50% dos miomas não provocam qualquer sintomatologia e a chance de ser um tumor maligno é muito baixa, a conduta, nesses casos, pode ser apenas expectante com controle ultrassonográfico.
Caso haja alterações ou sintomatologias deve-se avaliar o melhor tratamento, clínico ou cirúrgico, que vai depender da idade da mulher, tipo e intensidade dos sintomas, do desejo de gravidez, tamanho e localização dos nódulos.
O tratamento clínico pode ser feito com uso de antiinflamatórios ou antifibrinolíticos quando o sintoma mais expressivo é a hipermenorragia (aumento do fluxo e da duração da menstruação).
Existem medicamentos que diminuem o tamanho dos miomas chamados de análogos agonistas do GnRh, só que esse tratamento é auto-limitado e, em média 4 meses após o término do seu uso, os miomas voltam a crescer até os padrões iniciais ao tratamento.
O tratamento cirúrgico deve ser cogitado quando há insucesso do tratamento clínico e pode ser dividido em conservador ou radical. O radical consiste na retirado do útero, completamente ou mantendo o colo do útero. Na conservadora, apenas são retirados os nódulos de mioma e sua indicação, segundo o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia, são: infertilidade e preservação do útero. Tanto um procedimento ou outro podem ser realizados por técnica convencional ou endoscópica (laparoscopia ou histeroscopia).
Outra opção minimamente invasiva é a Embolização das Artérias Uterinas, método que consiste em obstruir as artérias que nutrem o útero, seletivamente para cortar o suprimento sanguíneo aos nódulos de miomas e assim fazer com que haja regressão dos mesmos. É uma opção a mais, que tem suas indicações restritas às mulheres que não desejam mais engravidar e são sintomáticas. A vantagem é que não é um método cirúrgico invasivo. Mas que apresenta suas próprias complicações. Existem as recidivas e os riscos inerentes à técnica.
Outra opção ainda são os tratamentos complementares, como por exemplo, a Acupuntura. Segundo a Tradição Chinesa existe um fluxo de energia, chamado Qi que circula pelo nosso corpo através de canais ligados aos órgãos internos, chamados de meridianos. A alteração do fluxo e da qualidade do Qi seria o mecanismo, a partir do qual aconteceriam as doenças. Então primeiro acontece à alteração energética para depois evoluir para uma alteração funcional e somente depois para alteração anatômica como, por exemplo, o Mioma. O diagnóstico energético poderia supor o aparecimento do mioma e já fazer um tratamento preventivo.
O importante é estar sempre com os exames em dia e manter um acompanhamento rotineiro de sua saúde com seu médico de confiança.
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